Feijão com arroz X Fish & Chips

Outro dia convidamos o orientador do Ig e a mulher para uma janta. Resolvemos fazer uma feijoada, não a própria, but a sort of, e uma tarta de cebola. Assim tínhamos um prato representante do Brasil e um da Argentina.
A tarta foi fácil, pois cebola tem aqui, queijo tem aqui (muito bom e barato) e massa pra tarta tem aqui, ficou uma delícia!!! A feijoada já começou com o problema das partes do porco, quais usar?
-Orelha nem pensar!!! – Disse o Ig.
Também nem iríamos encontrar aqui pra vender no super, e já viu oferecer uma janta com orelha de porco pra gringo né? Resolvemos ficar com o bacon e o lombinho. Resolvido isso fomos à loja de produtos naturais que o Juan nos indicou para comprarmos o feijão preto, que até então eu só tinha encontrado na parte de importados do super, um saquinho de 200g por 3 pilas muito feio. Achamos o feijão (bonito e barato) e como tinham 20 mil tipos de farinhas também resolvemos procurar pela de mandioca para fazer a farofa. Óbvio que não tinha, mas para nossa surpresa encontramos farinha de tapioca!!! Nem sabíamos que isso existia! É feita da mandioca também, mas é a goma e é usada para fazer tapioca, óbvio! Resolvemos comprar, sei lá, para ver se podia ajudar de alguma forma. Não ajudou.
Encontramos no super uma coisa chamada breadcrumbs, que mais tarde fiquei sabendo é equivalente à farinha de rosca. Como tinha uma cara que lembrava de longe farinha de mandioca, compramos. Não é que a farofa ficou ótima, com bacon, cebola, alho... que diferença poderia fazer o tipo de farinha?
Pior mesmo foi a couve, pois aqui tem bastante repolho e brócolis, mas e a couve? Nada!!! Feijoada sem couve quase não é feijoada. Bom, no sábado fomos na feira procurar por couve, perguntamos em todas as bancas:
- Do you have cale?
- No, sorry!
Então que, na última banca em que fomos, tinha um tal de spring cabage, um tipo de repolho, mas com a folha mais escura, como a da couve, e o Ig perguntou pro vendedor:
- Tu sabes se spring cabage tem gosto semelhante ao da couve?
- Não tenho nem idéia, nunca comi couve! Couve eu dou pros cavalos!
- !!!
Bom, e nossa feijoada saiu assim, com as partes do porco que não eram aquelas partes, com a farofa que não era de mandioca e com a couve que era quase um repolho. Mas a laranja era laranja e o feijão muito bom! Yummy!!!
Ahh! Quanto à farinha de tapioca que compramos... vocês viram no outro post, o Ig fez tapiocas. Ficaram maravilhosas!!! Tivemos que vir pra Nova Zelândia para aprender a fazer tapioca.

Fish & Chips, não sei nem como começar a falar sobre isso. É algo muito típico e tradicional aqui na Nova Zelândia. É como... sei lá... como cachorro-quente no Brasil, ou churrasquinho de gato talvez, no sentido de que não é uma refeição, é algo rápido, é pegar e sair comendo. Nos lugares que vendem nunca tem mesa para sentar ou algo assim. Fish & Chips, como o nome diz, é um filé de peixe frito e uma porção de batatas fritas. Outro dia resolvemos que já estava na hora de provar, pois três meses na Nova Zelândia e nada de Fush & Chups (é como eles falam aqui), absurdo! Fomos num lugar onde vendem os tais, primeiro erro, pois não deveríamos ter ido a qualquer lugar, tem milhares de Fish & Chips aqui, óbvio que tem os bons e os ruins. Segundo erro, pedimos porção para duas pessoas. Bom, pegamos nossos Fish & Chips e estacionamos na praia, para comer vendo o mar.
Um troço nojento de tão gordo, não era peixe empanado, era um empanado sabor peixe, pois era um filezinho mínimo com um monte de massa na volta. Da batata escorria óleo... e era uma quantidade monstruosa de toda aquela coisa ruim para comer.
Nos disseram que escolhemos mal o Fish & Chips, que temos que provar de novo, agora um bom. Sei não! Pode até ser, mas agora estou traumatizada, talvez seja melhor esperar mais uns três meses antes de tentar de novo.

Beijos
Saudades

Bita